A equipa da Académica foi esta madrugada recebida na cidade de Coimbra por centenas de adeptos eufóricos, que festejaram a passagem da “Briosa” à final da Taça de Portugal, o que não acontecia há 43 anos.
A “Briosa” qualificou-se na terça-feira à noite para a final da prova pela quinta vez, ao empatar 2-2 com a Oliveirense, em jogo da segunda mão das meias-finais, disputado no estádio Marcolino de Castro, em Santa Maria da Feira.
Cerca de meio milhar de adeptos, sobretudo estudantes, concentraram-se na Praça da República, onde aguardaram pelo autocarro que transportava a equipa, que chegou cerca das 01:20.
Os apoiantes da Académica rodearam o autocarro, entoando cânticos, enquanto os jogadores acenavam às janelas, e forçaram mesmo a entrada no veículo, que demorou mais de trinta minutos a conseguir “libertar-se” para seguir a marcha até à Academia do clube.
“É um momento histórico para a Académica, para a cidade e para a própria academia. Quarenta e três anos depois da final de 1969, que também foi um marco político importantíssimo, esta final pode ser o reencontro da Académica com a cidade, a universidade e a academia”, disse à agência Lusa o presidente da Assembleia-geral do clube, Fernando Oliveira.
Ao afastar a Oliveirense, da Liga de Honra, a formação de Coimbra vai voltar a 20 de maio (ou 23) ao Jamor, onde não marcava presença desde a célebre final de 1968-69, perdida para o Benfica e Eusébio, que resolveu no prolongamento (2-1).
Então, em plena crise estudantil, a final transformou-se “num dos maiores comícios de sempre contra o regime”, nas palavras do malogrado jornalista de “A Bola” Carlos Pinhão, citado pelo livro “Académica, História do Futebol”.
No Jamor, a 22 de junho de 1969, na mais politizada final da Taça de Portugal de sempre, foram bem visíveis tarjas em que se pedia “Melhor ensino, menos polícias”, “Ensino para todos” ou “Universidade Livre”.
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