A Académica fez aquilo que parecia ser o mais difícil: eliminou o FC Porto, chegou à final 43 anos depois e derrotou o favorito Sporting, que não conseguiu "salvar" a época e terminou a temporada sem qualquer troféu. Os "estudantes", no entanto, conseguiram contrariar o favoritismo do Sporting e acabaram por conseguir uma vitória que começou a ser construída aos quatro minutos: Diogo Valente tirou o cruzamento, a bola sobrou para Marinho - solto de marcação - ao segundo poste e o "pequenino" atacante da Briosa cabeceou para o fundo das redes.
O Sporting, na primeira parte, foi praticamente uma nulidade na hora de criar perigo para a baliza de Ricardo.
O primeiro remate enquadrado com a baliza dos "estudantes" só surgiu, inclusive, no período de compensação do primeiro tempo. A segunda parte, no entanto, foi diferente em todos os aspetos, onde as duas equipas tiveram inúmeras ocasiões para faturar. Primeiro foi Edinho, que em dois minutos teve duas oportunidades flagrantes para marcar, mas falhou de forma inacreditável; depois foi van Wolfswinkel, que desperdiçou um par de boas ocasiões para faturar, entre muitas outras desperdiçadas.
Os leões adotaram, com naturalidade, o domínio do jogo na última metade da segunda parte, mas a Académica fechou todos os caminhos para a sua baliza e Ricardo, quando o Sporting ameaçava criar perigo, resolveu todos os problemas. Apáticos e mais efusivos nos protestos à arbitragem do que a praticar futebol, os leões acabaram por perder a final, quatro anos depois da última presença no Jamor. Adrien, o médio emprestado pelos leões à Académica, foi o melhor em campo e mostrou que não lhe falta nada para não só ingressar no plantel do Sporting, como para jogar na equipa de Sá Pinto.
O homem da final foi, no entanto, Marinho: pela primeira vez desde 1999 (ano em que o Beira-Mar derrotou o Campomaiorense com um golo de Ricardo Sousa), foi um futebolista português a fazer o golo da vitória no Jamor.
E por falar em figuras, Pedro Emanuel consegue conquistar a Taça de Portugal no seu primeiro ano como treinador principal e completou o "tri", uma vez que já venceu a Taça em seis ocasiões e em três cargos diferentes: quatro pelo FC Porto (três como jogador e uma como adjunto), uma pelo Boavista (como jogador) e agora pela Académica, que esteve em risco de descer à segunda Liga até à última jornada, mas acaba a época 2011/12 em festa, que se prolongará pela noite dentro em Coimbra.